Nos últimos anos, o crescimento da participação da tecnologia no cotidiano social foi notório. Com isso, muito tem se falado sobre a necessidade de trazer a inovação para o ramo jurídico, trazendo o Direito para o futuro.
Porém, tecnologia não é sinônimo de inovação – e vice-versa.
Inovação significa fazer algo de forma diferente do que vem sendo feito, com o objetivo de entregar mais valor ao destinatário final. Por isso, a necessidade de trazer inovação para o ramo jurídico não necessariamente está atrelada ao emprego de tecnologia. Mas esta, em muito nos auxilia a compreender as origens dessa urgência.
Advocacia em evolução
Com a passagem da era industrial para a era comunicacional, a sociedade experimentou mudanças na forma de transmitir informações, prestar e receber serviços. Atualmente, quando se pretende alugar um imóvel por temporada, pedir uma comida ou pegar uma locomoção, não mais utilizamos um catálogo e um telefone fixo, recorremos a aplicativos que nos entregam serviços ágeis e personalizados.
Informações que antes eram obtidas apenas por meio da leitura de jornais impressos hoje são acessadas em segundos, de forma objetiva e visual. O que antes gerava receio atualmente auxilia e otimiza.
Chegou o momento de o mercado jurídico abraçar esse cenário da inovação, com o objetivo de prestar serviços mais eficientes, ágeis e que melhor atendam às necessidades dos jurisdicionados.
Novas formas de olhar para o futuro do Direito
Essa necessidade de atualização do Direito está intrinsecamente relacionada ao aumento no nível de exigência do consumidor e à necessidade de aproximar o Direito desta sociedade do futuro, a fim de promover um efetivo acesso à justiça, no qual a sociedade conhece seus direitos e enxerga sua implementação.
Nesse cenário, novas habilidades e conhecimentos são demandados a profissionais do ramo jurídico. Desde soft skills como empatia, inteligência emocional e liderança, a noções provenientes de outras áreas de conhecimento como informática e design – em sua acepção macro, que remonta à ação de projetar.
Visual Law? Design Thinking? Legal Design!
Em especial quando se pensa em entregar serviços que melhor atendam às demandas dos destinatários, a abordagem do design thinking (metodologia desenvolvida pelo CEO da IDEO de Stanford para resolução de problemas complexos) confere valiosos contributos, na medida em que trabalha numa dinâmica de constante interação e colheita de feedbacks do usuário.
Essa importação da mentalidade e metodologia do design para o Direito acarretou o desenvolvimento de um instituto que têm ganhado considerável relevância no mercado jurídico: o Legal Design. O termo criado em 2017 pela jurista e designer Margaret Hagan possui inúmeras aplicações, desde o design de serviços jurídicos mais eficientes, design de produtos, design organizacional, design de sistemas até, o mais difundido atualmente, design da informação jurídica, o famigerado Visual Law.
Aqui, esclarece-se que o Visual Law não se limita a aprimorar a estética de contratos e petições, mas trabalha na linguagem, hierarquia da informação e em toda a estrutura textual, a fim de criar documentos mais eficientes e que atendam às necessidades de seus usuários.
Desmistificando o Direito
Todo esse movimento, ao fim e ao cabo, visa promover uma prestação de serviços jurídicos mais leve, interativa e eficaz, na qual o cidadão conhece seus direitos e entende os caminhos para efetivá-los, reduzindo o uso de terminologias complexas, costumeiramente apelidadas de “juridiquês” e criando estratégias para aproximar o cidadão da atmosfera jurídica.
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